Quando você pensa em Música Popular Brasileira, pensa em Gil, Gal, Chico, Caetano, Milton Nascimento, Djavan, Jorge Ben, Belchior, Maria Bethânia? Certíssimo! Estes artistas são indispensáveis para compreender o contexto sobre o que foi nomeado como “popular”.
Contra essa maré, navegando nos anos 70, pesquei para você 10 músicas brasileiras nem tão populares mas que fizeram eu mergulhar mais fundo nessa onda. A Música Brasileira está em alta, mais uma vez, por isso vamos ouvir composições que nos trazem as razões para tanta aclamação. A dica zero é: busque ouvir toda a obra, não só a faixa indicada.
- Todo é Moda – Sebastião Tapajós & Pedro Dos Santos de 1972. Este álbum mistura bossanova com sons da natureza, jazz com experimentos quase que sentimentais e muita psicodelia. Álbum lançado, originalmente, na Argentina e já no ano seguinte, em 1973, no Japão. Um álbum brasileiro sem nenhum lançamento no Brasil.
- Lembrando Ed Kleiger – Burnier & Cartier de 1974. Este é o primeiro álbum da banda de 3 discos, só. Totalmente espontâneo e cheio de referência de samba, funky, bossa e soul. O groove explode no Brasil nos anos 70.
- Cabiceira – Carlos Thiago, no seu compacto de 1972. Uma mistura de Erasmo Carlos com Gonzaguinha. Não passava pela cabeça de ninguém envolvido neste projeto que, quase 60 anos depois, este disco de pouquíssimas cópias lançadas, se tornaria desejo de colecionadores ao redor do mundo.
- Cavaleiro de Aruanda – Ronnie Von no auge da sua psicodelia em 1972. O apresentador mais famoso e bon-vivant da TV Gazeta, em plena lucidez de ácido, presenteou a música brasileira com seus álbuns entre 1968 e 1973.
- Dulce Negra – Sérgio Ricardo de 1975. A sambossa groovada, mais presente impossível, no álbum autointitulado deste artista multifacetado que, além de músico e compositor, era ator e diretor de cinema.
- Pelas Sombras – Arthur Verocai de 1972. Jazz experimental de primeira categoria, Arthur teve carta branca para produzir do jeito que bem entendesse este álbum que, anos depois, por baixa popularidade, tivesse suas cópias recolhidas e derretidas para a prensagem de discos de Secos e Molhados, tornando o disco uma das maiores raridades da Música Brasileira.
- Eu, Réu, Me Condeno – Hélio Matheus no compacto de 1973. Já no começo da carreira, apenas com um EP lançado, rodou as rádios do Brasil com a música premiada no Festival de Juiz de Fora.
- Os Olhos – Ruban e Mauro Assumpção em 1972, lançaram o álbum “Perfeitamente, Justamente Quanndo Cheguei”, o puro Folk Carioca dos anos 70, rock psicodélico com influência de bandas californianas (de surfistas) dos anos 60.
- Azimuth – Marcos Valle em 1969, que deu o nome para o trio Azymuth, 4 anos depois. Talvez o mais popular da lista, dono do jingle mais famoso da Rede Globo e um dos artistas que mais exportou músicas, do Brasil para o mundo!
- Tudo Madeira – Djalma Corrêa na sua edição de 1978 da coleção Música Popular Brasileira Contemporânea – MPBC Philips, para terminar a lista com a mesma experimentalidade que começou e com cargas de sons típicos do Brasil.
Para facilitar a vida, montei a Playlist no YouTube – Música Impopular Brasileira (<- clique aqui para acessar a playlist), já que nem todas músicas estão disponíveis no Spotify. Inclusive, acompanhem meu canal no YouTube, acessando pelo criador da playlist. Eu acho, de verdade, que vale muito a pena conferir e descobrir alguma coisa nova, agora mesmo. Na verdade, o mais importante é que realmente você ouça! Ouça alto, ouça baixo, ouça música.
Edu B.
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