A biblioteca do Super Nintendo (1990) é bem grande: são mais de 700 títulos e mais de 30 anos nas costas. Eu cresci um pouco mais além, no Playstation 2, mas ocasionalmente volto para jogar alguma coisa do SNES, porque muitos jogos lá são verdadeiros diamantes lapidados em cima das limitações gráficas e computacionais da época. Não é à toa que até hoje a indústria se alimenta renovando, ou ao menos tentando reviver, aquele sentimento com remakes e remasters.
Super Mario World, Super Mario Kart, Super Mario RPG, Chrono Trigger, Donkey Kong Country, Mortal Kombat, Street Fighter, Mega Man X, Earthworm Jim, Top Gear… a lista segue. São jogos que nasceram ou que se consolidaram na geração, mas que até hoje respingam nas telas por aí.
Em 2023, foi lançado o remake do Super Mario RPG para o Nintendo Switch. Quando foi anunciado, confesso que fiquei um pouco com o pé atrás, porque remakes de obras que já são boas são bem complicados. Mas que bom que queimei minha língua, pois o jogo ficou incrível, e eu zerei ele bem rápido.
A fórmula para um bom remake é simplesmente não perder a essência. No caso de Super Mario RPG, as mudanças foram uma atualização nos gráficos, sons, trilhas sonoras e também na jogabilidade, com melhorias na experiência do jogador. Melhorias essas que não invalidam nem um pouco o jogo original, se for parar para pensar que o videogame da época tinha apenas 128 KB de memória RAM.
A comunidade do SNES é impressionante e, mesmo 34 anos após seu lançamento, ela continua mais ativa do que nunca. Recentemente, caí no limbo que é o Super Mario World: são fóruns dedicados, modificações completas (hacks), traduções e adaptações – tudo isso em torno de um único jogo da biblioteca.
Super Mario World é um jogo do gênero plataforma, isto é, jogos simples e lineares, com níveis e muito foco na movimentação, saltos e obstáculos. A história, na maioria das vezes, é bem superficial, e a ideia é aproveitar cada fase sem pensar muito no que acontece por trás. Por isso, as histórias geralmente seguem padrões como:
- A princesa foi raptada e você precisa salvá-la.
- Você precisa coletar 7 esmeraldas para salvar o mundo.
- Você precisa impedir o plano de dominação de um cientista maluco.
Resolvi me aventurar e acabei encontrando Love Yourself, uma Kaizo feita para iniciantes. São 17 níveis, uma trilha sonora divertida e uma tela de título bem única. O detalhe que me fez escolher essa, em específico, foi a história por trás: Chondontore, o criador da hack, ao descobrir que sua mulher estava grávida, decidiu criar o projeto com o prazo de 9 meses para conclusão, com o objetivo de desenvolver uma hack que seus filhos pudessem jogar como uma introdução às Kaizos.
Apesar do nome e da tela de título bonitinha, Love Yourself é extremamente desafiadora, de um jeito que faz cada parte de uma fase parecer importante. Até você entender como passar ou qual mecânica precisa usar, vai morrer muitas vezes no processo — bem parecido com a experiência de Dark Souls.
No momento, estou preso no 5° nível, mas já estive travado em todos os anteriores. O botão de “tentar de novo” quase vai no automático, mas quando finalmente passo uma fase, a sensação é uma mistura de alívio com vitória. Revisitei a 1ª fase para escrever este texto e gravei a tela, sem cortes. Interessante que, mesmo tendo passado um bom tempo nela anteriormente, ainda morri várias vezes e senti momentos de tensão como na primeira tentativa.
Isso é só um fragmento, uma pequena ponta de um imenso iceberg que compõe esse videogame que marcou gerações — não a minha, mas ainda bem que conseguimos preservar a história para que o tempo nunca apague.
Jogue um jogo velho.
Até mais!
Ernesto J.
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